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Reinaldo Martinazzo

A Síndrome da “Chefia Desastrada”: Quando o Ego Fala Mais Alto que a Competência.

Talvez o nome pareça exagerado, mas toda organização já enfrentou — ou enfrenta — esse tipo de situação. Trata-se daquela figura que, movida por uma necessidade quase incontrolável de comando, tenta colocar as mãos em tudo, independentemente do seu domínio técnico. São profissionais que confundem autoridade com onipresença, e acabam minando silenciosamente a eficiência das equipes.

Esses “chefes de tudo” têm uma dificuldade crônica de colaborar. Não ouvem, não delegam, não confiam. Entram em departamentos alheios como quem invade território inimigo, dando ordens, desautorizando colegas e atravessando competências sem qualquer cerimônia. Resultado: tornam-se verdadeiros elefantes em lojas de cristal, provocando quebras delicadas — nem sempre visíveis de imediato, mas profundamente danosas ao longo do tempo.

Essa postura, quase compulsiva, é alimentada muitas vezes por insegurança ou desejo de protagonismo. E como uma contaminação silenciosa, vai se espalhando: desestrutura equipes, desestimula talentos, gera conflitos desnecessários e enfraquece a confiança mútua — um ativo indispensável em qualquer cultura organizacional saudável.

Já presenciei diversas situações assim, em diferentes contextos. Em comum, havia sempre o mesmo padrão: bons profissionais deixavam de contribuir, simplesmente por não quererem se desgastar em batalhas de vaidade.

A pergunta que fica é: o que uma organização pode fazer para conter os efeitos dessa síndrome?

Uma das respostas mais eficazes — especialmente em empresas orientadas por projetos — é a adoção da Estrutura Matricial. Trata-se de um modelo organizacional que rompe com o verticalismo tradicional e propõe um ambiente onde o domínio técnico fala mais alto que a hierarquia formal.

Na Estrutura Matricial, os colaboradores respondem simultaneamente a dois tipos de liderança: a do gestor funcional (do seu departamento de origem) e a do gestor de projeto (responsável por coordenar as entregas). Isso obriga o alinhamento horizontal, valoriza a especialização e estimula a corresponsabilidade pelos resultados.

Ao se estabelecer uma cultura baseada em projetos e competências, o foco muda: sai o desejo de controle absoluto, entra a colaboração estratégica. O protagonismo individual, nesse contexto, perde espaço para a construção coletiva — e o ego, pouco a pouco, aprende a ceder lugar à escuta qualificada e ao trabalho em equipe.

Mais do que uma estrutura organizacional, trata-se de uma filosofia de gestão: aquela que compreende que autoridade sem escuta é ruído, e comando sem competência é risco.

Dicas práticas para neutralizar a “síndrome da chefia desastrada”:

  • Estabeleça papéis claros: toda equipe precisa saber quem decide o quê e com base em quais critérios. A ambiguidade é o terreno fértil do autoritarismo disfarçado de liderança;
  • Implemente uma cultura de escuta: decisões mais eficazes nascem do diálogo. Ouvir especialistas e valorizar a competência técnica é sinal de inteligência, não de fraqueza;
  • Adote modelos colaborativos: estruturas matriciais, squads e outras formas de gestão horizontal são ótimos antídotos contra centralização excessiva;
  • Treine lideranças com foco em maturidade emocional: liderar exige domínio do próprio ego, disposição para dialogar e abertura para aprender — principalmente com quem sabe mais; e
  • Monitore os impactos no marketing e na comunicação: quando há desalinhamento entre liderança e especialização, o marketing é uma das primeiras áreas a sofrer. As mensagens se desencontram, as estratégias se anulam e o resultado é o caos criativo.

Evite o caos organizacional: chame quem entende de sinergia

Na Vitória Marketing, atuamos não apenas com posicionamento estratégico e branding, mas também com diagnóstico organizacional e redesenho de processos que garantem coesão, fluidez e foco nos resultados.
Projetos com múltiplas lideranças e ambientes de tensão exigem muito mais que boas ideias — exigem maturidade de gestão, inteligência relacional e métodos bem aplicados.

Se você sente que sua organização sofre com ruídos de liderança, desperdício de talentos e conflitos silenciosos, é hora de agir antes que o marketing vire bagunça e os resultados despenquem.

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RESUMO Em muitas organizações, profissionais visionários e criativos são silenciados por desafiar o conforto do status quo. Rotulados como indisciplinados, esses “insurgentes organizacionais” muitas vezes enxergam o que poucos veem e têm coragem de dizer o que ninguém ousa. Em vez de podar suas ideias ou descartá-los, líderes conscientes deveriam refletir: será que não estão diante de talentos que, bem compreendidos, poderiam transformar o futuro da empresa? Talvez o problema não esteja nas asas de quem pensa diferente — mas no tamanho da gaiola onde tentam mantê-los.
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