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Reinaldo Martinazzo

Por que todo profissional precisa de um Mentor?

A mentoria é uma prática tão antiga quanto a própria busca humana por sabedoria.
Na Odisseia de Homero, Mentor é o conselheiro e guia de Telêmaco, filho de Ulisses — aquele que o conduz na travessia entre a juventude e a maturidade.
Séculos depois, Aristóteles cumpriria esse mesmo papel ao orientar Alexandre, o Grande, moldando não apenas um conquistador, mas um estrategista visionário.
O discípulo, por sua vez, transformaria a filosofia em ação e expandiria o mundo conhecido.

Essa é a essência da mentoria: a transmissão de experiência como força orientadora, a capacidade de enxergar o potencial adormecido no outro e ajudá-lo a desdobrar-se em resultados.

A travessia moderna

Nos dias de hoje, o contexto mudou, mas o princípio permanece o mesmo.
Profissionais, líderes e empreendedores continuam enfrentando suas próprias encruzilhadas: a dúvida sobre o rumo da carreira, a necessidade de reinventar-se diante de um mercado em constante mutação, a solidão das decisões estratégicas.
É nesse território incerto que o mentor atua — como quem segura o mapa, mas deixa o outro decidir o caminho.

Muitos acreditam que a mentoria é um recurso exclusivo para os jovens em início de jornada.
Na verdade, é o contrário: quanto maior a experiência, maior a necessidade de ter alguém que olhe de fora, que traga questionamentos, que devolva lucidez quando o excesso de autoconfiança ou a rotina obscurecem a visão.

O papel do mentor

O mentor não substitui o esforço do mentorado, mas acelera sua evolução.
Sua função é provocar reflexões, ampliar perspectivas e evitar que o profissional — por vaidade, medo ou desconhecimento — avance inadvertidamente rumo ao território da incompetência, aquele espaço perigoso onde se perde o senso crítico e a capacidade de aprender.

Um mentor não nasce pronto.
É forjado ao longo do tempo, pela soma entre vivência acadêmica e prática, lapidado por desafios e amadurecido pela reflexão constante.
O que o diferencia não é apenas o que sabe, mas como manuseia o conhecimento: ele compartilha, provoca e conduz o mentorado à construção de suas próprias respostas.
Mais do que transferir saber, o verdadeiro mentor forma pensamento.

Para seguir a jornada

Reconhecer a importância da mentoria é apenas o primeiro passo.
No próximo artigo, vou mostrar como os obstáculos invisíveis — aqueles que você muitas vezes nem percebe — podem travar sua carreira e empurrá-lo, sem perceber, para o território da incompetência.

Todo profissional, em algum momento, se vê diante de encruzilhadas: seguir, parar, mudar de rumo ou reinventar-se. A questão é: quem ajuda a tomar essas decisões críticas? É nesse ponto que surge a mentoria. No artigo de hoje, provoco uma reflexão: quem realmente precisa de um mentor?
A estética não é frescura — é estratégia. Quando líderes aprovam o “bonitinho” em lugar do alinhado, quando briefings são pobres e a criação se rende ao imediatismo das redes sociais, a comunicação começa a ruir. Esse desgaste é lento, quase invisível, mas compromete o posicionamento e joga a marca no que chamo de inferno no branding. Sua comunicação está protegendo a sua marca ou acelerando a sua corrosão?
Efeito Rosenhan da Liderança: assim como no experimento que mostrou como rótulos distorcem a realidade na psiquiatria, muitos líderes também caem na armadilha de enxergar seus colaboradores apenas pelo “carimbo” que lhes deram. Quando isso acontece, não se vê talento, potencial ou evolução — apenas o reflexo de um preconceito. Liderar não é rotular. É libertar.
A pressa disfarçada de agilidade é uma velha armadilha corporativa. Ela promete resultados rápidos, mas entrega retrabalho, desgaste e cicatrizes que custam caro para apagar. Você está correndo preparado ou apenas correndo para tropeçar?