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Reinaldo Martinazzo

ROI Emocional: Se Emoção Não Dá Lucro, Por que a Apple, a Disney e a Starbucks Valem Tanto?

Se emoção não gera lucro, então como explicar a Apple? Como justificar as filas quilométricas na porta de uma loja antes mesmo do lançamento de um produto? Como compreender o brilho nos olhos de quem atravessa os portões da Disney, mesmo sabendo que ali tudo é… ficção? E o que faz alguém pagar quatro, cinco ou até seis vezes mais por um café no Starbucks, quando poderia simplesmente preparar um em casa?

Essas empresas não vendem produtos. Não vendem serviços. Elas vendem emoções. Elas vendem experiências. Elas vendem significado.

E, sim, isso dá lucro. Dá muito lucro. E não é sorte, não é acaso, nem marketing de ocasião. É estratégia. É cultura organizacional transformada em valor percebido. É ROI. ROI Emocional.

A verdade, desconfortável para alguns, é que empresas não são feitas de máquinas, nem de processos impecáveis, nem de produtos geniais. Empresas são feitas de pessoas. E pessoas sentem. Sentem antes de pensar. Sentem antes de decidir. E decidem, quase sempre, com base no que sentem — e depois justificam racionalmente.

Portanto, não há decisão sem emoção. Não há lealdade sem conexão. Não há recorrência sem encantamento.

É aqui que o conceito de ROI Emocional ganha força e se torna central na discussão sobre sustentabilidade de negócios. ROI Emocional é, simplesmente, a capacidade de uma empresa gerar retorno — financeiro, reputacional e competitivo — a partir das experiências emocionais que entrega.

Só que tem um detalhe que não pode ser ignorado: o ROI Emocional não nasce no marketing. Não nasce na publicidade. Nasce na cultura.

Se a cultura não respira empatia, cuidado, pertencimento, coerência e propósito, não há storytelling que dê conta. Porque o cliente percebe. Porque o colaborador sente. Porque o mercado enxerga.

Empresas que prometem, mas não cumprem — que dizem, mas não fazem — talvez até consigam enganar no primeiro encontro, na primeira compra, no primeiro contrato. Mas não constroem reputação. Não constroem legado. Não constroem valor duradouro.

Por outro lado, quando a cultura é coerente, quando há clareza de propósito, quando os valores são vividos de dentro para fora, o que se vê é mágica — mas mágica com lastro financeiro.

Porque quem se sente bem permanece. Quem se sente acolhido recomenda. Quem se sente valorizado paga mais — e com prazer. E quem sente orgulho de pertencer entrega mais, com mais energia, mais vontade, mais comprometimento.

Isso não é teoria. Não é poesia corporativa. É gestão. É estratégia. É economia comportamental aplicada ao mundo dos negócios. Estudos da McKinsey, Bain, Deloitte e tantas outras consultorias comprovam: empresas que investem de forma intencional na experiência emocional dos clientes e colaboradores apresentam desempenho superior em faturamento, margem, retenção e reputação.

Portanto, se emoção não dá lucro, alguém precisa, urgentemente, explicar os balanços da Apple, da Disney e da Starbucks.

O ROI Emocional existe. É real. E talvez você não esteja medindo justamente aquilo que faz seus clientes comprarem, seus talentos ficarem e sua marca ser lembrada.

Porque, no final das contas, quem não entende de emoções… não entende de negócios.

Quantas empresas que você conhece resistiriam a 500 anos de sucessões sem perder o rumo? A maioria mal sobrevive à troca de uma geração. A Beretta, fundada em 1526, atravessou 15 gerações e segue crescendo — porque entendeu algo que muitos ainda ignoram: herança não é direito, é responsabilidade. E o mérito, quando bem cultivado, é o verdadeiro testamento corporativo.
Há líderes que sufocam pela presença excessiva — e outros que ferem pela ausência disfarçada de liberdade. No meio desse paradoxo silencioso nasce o ghosting organizacional: o fenômeno de quem está fisicamente presente, mas emocionalmente ausente. Proponho uma reflexão sobre o que acontece quando o silêncio do líder faz mais barulho que suas palavras.
Num tempo em que algoritmos aprendem mais rápido que pessoas, a verdadeira vantagem humana não está na velocidade, mas na percepção. A Inteligência Situacional é o contraponto à Inteligência Artificial: enquanto as máquinas processam dados, nós processamos sentidos. E é nessa sutileza — entre o cálculo e o discernimento — que se revela o que nenhuma tecnologia consegue reproduzir: a sabedoria de compreender o contexto antes de agir.
Em tempos de excesso de informação e escassez de sensibilidade, a verdadeira inteligência não está apenas em pensar bem, mas em perceber melhor. A inteligência situacional é a capacidade de ler o ambiente, captar sutilezas e agir com lucidez diante do que se apresenta. É o ponto em que razão e emoção se encontram — e onde a mentoria revela seu maior poder: preparar mentes e corações para compreender o contexto antes de transformá-lo.