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Reinaldo Martinazzo

De Sun Tzu a Alan Kay, passando por Mintzberg: um Ensaio Sobre a Nova Era do Planejamento Estratégico Ágil.

Alan Kay, formado em matemática e biologia molecular pela Universidade do Colorado e doutor pela Universidade de Utah, foi um dos pioneiros da computação pessoal, programação orientada a objetos e interface gráfica. Na década de 1960, Kay postulou uma visão sistêmica para o computador, comparando-o a um organismo humano, em que cada célula funcionaria autonomamente, mas em comunicação constante com as outras para realizar funções mais complexas. Suas ideias visionárias não só moldaram o desenvolvimento do “laptop”, como também revolucionaram o pensamento sobre sistemas dinâmicos e interativos, uma analogia que pode ser aplicada às organizações e à inevitável adaptação dos modelos de planejamento estratégico ao mundo moderno. Em 2003, foi laureado com o Prêmio Turing, considerado o “Nobel da Computação“.

Talvez, nem Alan Kay tinha dimensão que estava nos oferecendo uma ferramenta fantástica para o trabalho e que seria capaz de revolucionar o cotidiano das organizações, acelerando processos, ajudando a armazenar dados que uma vez trabalhados poderiam facilmente se transformar em preciosas informações para quem sabe decodificar antes dos concorrentes tirar proveito dos seus resultados.

Planejamento é uma função essencial da administração servindo de base para a tomada de decisões enquanto ajuda a coordenar os esforços da equipe, garantindo que todos os recursos da organização sejam utilizados de forma eficiente e eficaz. É a primeira função administrativa, pois define o caminho que as outras funções seguirão, ajustando-se constantemente às mudanças no ambiente interno e externo.

O planejamento sempre existiu, e desde os tempos remotos, generais de guerra e líderes utilizavam o planejamento e táticas para alcançar seus objetivos. O planejamento, em seu sentido mais amplo, é uma atividade intrínseca ao ser humano, utilizada para antecipar o futuro, organizar recursos e criar estratégias eficazes para lidar com situações desafiadoras.

Antigos generais como Sun Tzu, com seu clássico “A Arte da Guerra”, exemplificam como a estratégia e o planejamento eram centrais nas batalhas. Líderes militares desenvolviam planos cuidadosos para prever os movimentos do inimigo, alocar tropas de maneira eficiente e garantir a vitória. Esse tipo de planejamento tático, focado em organização e previsão, é uma forma primitiva da função que hoje chamamos de planejamento estratégico em administração. Portanto, o planejamento, embora tenha evoluído em complexidade e formalidade ao longo do tempo, sempre esteve presente em contextos essenciais de tomada de decisão.

A utilização de ferramentas de apoio permitiu que pudéssemos analisar com alto grau de confiança e agilidade uma massa de dados muito maior, oferecendo grande assertividade nas inferências que nos levam ao processo de tomada de decisões.

No início do Século XX, quando eram feitos os primeiros ensaios a respeito das teorias clássicas e científicas da administração,  surgiram os primeiros autores, que muito embora não tratassem diretamente sobre planejamento, exerceram papel fundamental para trazer o seu conceito para o campo da administração, dando origem às teorias que continuam a influenciar a forma como as organizações planejam suas atividades e estratégias. Por isso destacamos precursores tais como:

Henri Fayol (1841-1925) – Considerado um dos fundadores da administração moderna, Fayol foi o primeiro a sistematizar o planejamento como uma função essencial da administração. Em sua obra “Administração Industrial e Geral” (1916), ele identificou cinco funções principais da administração: planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. Fayol acreditava que o planejamento era a primeira dessas funções e que envolvia a elaboração de um plano de ação para alcançar os objetivos da organização.

Frederick Taylor (1856-1915) – Conhecido como o “pai da administração científica”, Taylor enfatizou a importância do planejamento, mas de uma perspectiva mais operacional. Em seu livro “Princípios da Administração Científica” (1911), ele sugeriu que as atividades de produção deveriam ser planejadas e organizadas de maneira racional e científica, o que se refletiu na elaboração de cronogramas e processos detalhados.

Lyndall Urwick (1891-1983) – Urwick foi um autor britânico que consolidou e expandiu as ideias de Fayol e Taylor. Ele se destacou por sua contribuição para a teoria do planejamento ao aplicar uma abordagem mais estruturada e formal ao desenvolvimento de planos dentro das organizações.

George Terry (1909-1979) – Terry é conhecido por seu livro “Principles of Management” (1953), onde ele definiu o planejamento como a função mais importante da administração e ofereceu um modelo mais prático e aplicável para as empresas modernas.

Pode-se então afirmar que, com a evolução dos mercados e das ciências da administração, o tema planejamento ganhou destaque e importância à medida que a administração se tornou uma parte integral do mundo corporativo. O planejamento, inicialmente tratado de maneira mais rudimentar e intuitiva, passou a ser abordado de forma mais estruturada e sistemática à medida que o ambiente de negócios se tornou mais complexo e competitivo.

EVOLUÇÃO DAS CIÊNCIAS X EVOLUÇÃO DOS MERCADOS

Com o crescimento das corporações e a globalização dos mercados, a necessidade de pensar estrategicamente aumentou. A administração, que outrora estava mais ligada a práticas gerenciais imediatistas e operacionais, evoluiu para se tornar uma ciência baseada em teorias, princípios e métodos testados, contribuindo para a otimização dos processos empresariais e a definição de metas de longo prazo.

No campo acadêmico, as teorias administrativas passaram a ter grande influência na formação de líderes e gestores, trazendo conceitos de planejamento estratégico, análises de cenário, gestão de riscos e inovação. Autores como Peter Drucker, conhecido como “o pai do novo Management” e Michael Porter, entre outros, ajudaram a transformar o planejamento estratégico em uma área essencial de estudo, impulsionando a administração como uma disciplina científica respeitada e continuamente adaptada às mudanças do ambiente corporativo.

Neste ponto quero fazer um destaque especial para “Safari da Estratégia”  de Henry Mintzberg, obra que apresenta uma visão abrangente sobre as várias escolas de pensamento em estratégia empresarial. Mintzberg, juntamente com seus colegas, utiliza a metáfora de um safári para explorar diferentes abordagens teóricas da estratégia. O livro é estruturado como uma exploração de “territórios” diferentes, onde cada escola de pensamento é comparada a um tipo de animal no safári. As principais escolas de pensamento por ele destacadas foram:

  1. Escola do Design: enfatiza a formulação clara e deliberada da estratégia;
  2. Escola do Planejamento: foca em um processo formal e sistemático de planejamento;
  3. Escola do Posicionamento: prioriza a análise do ambiente competitivo e o posicionamento estratégico;
  4. Escola Empreendedora: valoriza a visão e a liderança do empreendedor;
  5. Escola Cognitiva: examina como os gestores percebem e interpretam o ambiente;
  6. Escola de Aprendizado: enfatiza a adaptação e o aprendizado ao longo do tempo;
  7. Escola do Poder: analisa como o poder e os interesses políticos influenciam a formulação da estratégia;
  8. Escola Cultural: considera a influência da cultura organizacional na estratégia; e
  9. Escola Ambiental: enfatiza a adaptação ao ambiente externo e a sobrevivência organizacional.

Trata-se, portanto, de uma tentativa de mostrar a diversidade de perspectivas sobre a estratégia e argumentar que não existe abordagem única que seja universalmente aplicável, defendendo que entender a estratégia requer uma visão multifacetada e que as diferentes escolas oferecem “insights” valiosos.

Interessante é que apenas dois anos depois, Mintzberg, publicou “Ascensão e Queda”, obra que de certa forma revisita e até critica as abordagens apresentadas por ele mesmo em “Safari da Estratégia”. Esse movimento reflete uma evolução em seu pensamento e uma adaptação às novas realidades e compreensões sobre o ambiente de negócios, elaborando uma crítica mais profunda ao planejamento estratégico formal e sistemático, examinando a evolução e os desafios do planejamento estratégico desde sua popularização até o seu declínio.

A maior contribuição Mintzberg pretende, é mostrar que o planejamento estratégico formal, como era praticado em muitas organizações, não conseguiu cumprir suas promessas e que muitas vezes não se ajustava bem às realidades do ambiente de negócios, sugerindo então que uma abordagem mais flexível e adaptativa pode ser mais eficaz. Os principais pontos passam por:

  1. Crítica ao Planejamento Formal: Mintzberg argumenta que o planejamento estratégico formal muitas vezes falha em capturar a complexidade e a dinâmica do ambiente de negócios. Ele critica a abordagem excessivamente rígida e teórica do planejamento;
  2. Desafios Práticos: a obra descreve como a aplicação prática do planejamento estratégico pode ser ineficaz devido à sua natureza prescritiva e à falta de flexibilidade;
  3. A Evolução do Pensamento: Mintzberg traça a evolução do pensamento estratégico e como novas abordagens começaram a se destacar, como o foco no aprendizado e na adaptação em vez de no planejamento rígido; e
  4. Alternativas ao Planejamento Formal: Ele sugere alternativas, como o modelo de estratégia emergente, que permite uma abordagem mais adaptativa e responsiva à mudança.

Vale destacar que ambos os livros refletem a sua visão sobre a complexidade da formulação estratégica e a necessidade de se adaptar às realidades dinâmicas do ambiente de negócios. Neste ponto abre-se uma questão, no mínimo interessante, que trata das razões que levaram Mintzberg a mudar a sua perspectiva:

  1. Dinamicidade dos Mercados:
    1. Ambiente Volátil: com o tempo, ficou mais evidente que os mercados são altamente dinâmicos e imprevisíveis. O planejamento estratégico formal, com suas premissas rígidas e de longo prazo, muitas vezes não se ajusta bem a um ambiente de negócios que muda rapidamente; e
    1. Complexidade e Incerteza: a crescente complexidade e a incerteza dos mercados tornam difícil a formulação de estratégias detalhadas e previsíveis. A adaptabilidade e a capacidade de resposta se tornaram mais valorizadas.
  2. Limitações do Planejamento Formal:
    1. Rigidez e Formalidade: o planejamento estratégico formal, como descrito em “Safari da Estratégia”, pode ser excessivamente rígido e prescritivo, o que limita a flexibilidade necessária para responder a mudanças rápidas e inesperadas no ambiente de negócios; e
    1. Execução X Formulação: Mintzberg observou que muitas vezes o planejamento não se traduz bem em prática, especialmente quando a organização enfrenta realidades imprevistas que não foram consideradas no planejamento inicial.
  3. Evolução do Pensamento Estratégico:
    1. Estratégia Emergente: Mintzberg desenvolveu e enfatizou a ideia de estratégia emergente, que é mais fluida e permite ajustes contínuos com base na experiência e nas mudanças do ambiente. Essa abordagem contrasta com a visão mais prescritiva e planejada do passado; e
    1. Aprendizado e Adaptação: ele passou a valorizar mais o aprendizado contínuo e a adaptação, em vez de aderir a um plano fixo e detalhado. Isso reconhece que a estratégia muitas vezes se desenvolve e se ajusta ao longo do tempo, à medida que a organização aprende e se adapta.
  4. Impacto da Globalização e Tecnologia:
    1. Mudanças Rápidas: a globalização e os avanços tecnológicos aceleraram as mudanças e a complexidade dos mercados, tornando as estratégias fixas e de longo prazo ainda mais desafiadoras de implementar com sucesso; e
    1. Inovação e Disrupção: a necessidade de inovação constante e a capacidade de lidar com disrupções tecnológicas exigem uma abordagem mais ágil e adaptativa.

Deduzimos que a critica ao planejamento estratégico formal em “Ascensão e Queda”, reflete a realidade de um mundo de negócios em rápida mudança e crescente complexidade. A evolução do pensamento de Mintzberg indica uma adaptação às novas condições de mercado, onde a flexibilidade, o aprendizado e a capacidade de responder rapidamente as mudanças são fundamentais. Assim, ele não abandona o valor das diversas escolas de pensamento exploradas em Safari da Estratégia, mas enfatiza a importância de uma abordagem mais dinâmica e adaptativa para enfrentar as realidades contemporâneas.

É por isso que muitos profissionais e organizações encontram valor em adotar métodos mais ágeis e pragmáticos que permitem a execução e a adaptação contínuas. Vamos explorar como e por que essa abordagem pode ser eficaz, bem como propor algumas estratégias para implementá-la com sucesso.

VANTAGENS DA ABORDAGEM PRAGMÁTICA

  1. Agilidade e Adaptabilidade:
    1. Resposta Rápida: permite que a organização se adapte rapidamente às mudanças no mercado e às necessidades dos clientes, em vez de esperar a conclusão de um planejamento estratégico longo e detalhado; e
    1. Iterações Contínuas: facilita ajustes contínuos nas ações com base no feedback e nos resultados reais, o que é especialmente importante em ambientes de negócios dinâmicos.
  2. Foco na Execução:
    1. Prioridade nas Operações: concentra-se em ações práticas que impactam diretamente as operações diárias e a geração de receita, garantindo que a empresa continue a funcionar e prosperar enquanto planeja; e
    1. Implementação Imediata: permite a implementação de iniciativas enquanto o planejamento estratégico está em andamento, o que pode ser mais eficiente e produtivo.
  3. Menos Burocracia:
    1. Redução de Reuniões: evita a burocracia e as reuniões intermináveis associadas ao planejamento estratégico tradicional, o que pode aumentar a eficiência e a moral da equipe; e
    1. Simplicidade e Clareza: adota uma abordagem mais simples e clara para definir e alcançar objetivos.

COMO IMPLEMENTAR UMA ABORDAGEM PRAGMÁTICA

  1. Definição de Objetivos e Direção Macro:
    1. Visão e Missão: comece com uma visão e uma missão claras, definindo um caminho macro que orientará as ações da organização. Isso proporciona um senso de direção sem a necessidade de um planejamento excessivamente detalhado; e
    1. Metas de Alto Nível: estabeleça metas e prioridades de alto nível que guiarão a equipe e permitirão foco em áreas críticas.
  2. Planejamento Incremental:
    1. Ciclos Curtos de Planejamento: use ciclos curtos de planejamento, como trimestrais ou mensais, para ajustar e refinar a estratégia à medida que novas informações e feedback se tornam disponíveis; e
    1. Execução e Ajustes: implemente ações e iniciativas enquanto continua a planejar, ajustando conforme necessário com base nos resultados e nas condições do mercado.
  3. Gestão Ágil e “Lean”:
    1. Metodologias Ágeis: adote metodologias ágeis que priorizam a entrega contínua de valor e permitem ajustes rápidos com base em feedback. Isso pode incluir “sprints”, reuniões diárias e revisões rápidas; e
    1. Mentalidade “Lean”: aplique princípios “lean” para maximizar a eficiência, reduzir desperdícios e focar em atividades que realmente agregam valor.
  4. Feedback e Interação:
    1. Monitoramento Contínuo: estabeleça mecanismos para monitorar continuamente o desempenho e o progresso das iniciativas. Use dados e feedback para fazer ajustes rápidos e informados; e
    1. Interação Rápida: permita interações rápidas e ajustes nas estratégias e ações com base nos resultados e no feedback do mercado.
  5. Empoderamento e Comunicação:
    1. Autonomia da Equipe: dê autonomia às equipes para tomar decisões e implementar ações dentro da direção macro definida, incentivando uma abordagem prática e proativa;
    1. Comunicação Clara: mantenha uma comunicação clara sobre objetivos, prioridades e mudanças para garantir alinhamento e foco.

Recomendamos às empresas de serviços, que precisam ajustar suas ofertas com base nas necessidades dos clientes, que se beneficiem de uma abordagem mais ágil, ajustando continuamente suas estratégias enquanto mantém operações eficientes.

Não podemos esquecer que serviços são produzidos e consumidos simultaneamente, o que combina com uma visão ampla e definição de direção macro com a execução prática e ajustes contínuos, o que não é apenas válido, mas na maioria das vezes, recomendado em ambientes de negócios dinâmicos e acelerados.

É isso que permite que as empresas mantenham a eficiência operacional, respondam rapidamente às mudanças e evitem a burocracia excessiva do planejamento estratégico tradicional. Adotar metodologias ágeis e práticas de gestão “lean” pode ajudar a equilibrar a necessidade de planejamento com a realidade da execução diária, promovendo uma abordagem mais prática e adaptativa para alcançar o sucesso.

Reinaldo Martinazzo

Administrador e Mestre em Administração. Head de Marketing com mais de 40 anos de vivência no mundo corporativo. Professor, Palestrante, Consultor, Mentor e Conselheiro Consultivo.

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