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Reinaldo Martinazzo

Desatando o Nó Górdio: Como a Gestão Disruptiva Transforma Desafios em Oportunidades.

Na antiga Frígia, uma lenda surgiu em torno de um desafio aparentemente insolúvel: “o nó górdio”. Segundo a história, o rei da Frígia, Górdio, amarrara sua carroça com um nó tão intrincado que ninguém poderia desatar. O oráculo profetizou que quem conseguisse desatar o nó se tornaria o senhor de toda a Ásia Menor. Durante séculos, o nó permaneceu intacto, até que Alexandre, o Grande, ao se deparar com o desafio resolveu o problema de uma maneira não convencional: com um golpe de espada cortou o nó. Esse ato de ruptura simboliza uma abordagem inovadora para resolver problemas complexos, um conceito altamente relevante para as organizações contemporâneas.

Em marketing, com muita frequência nos deparamos com problemas complexos e aparentemente insolúveis, verdadeiros “nós górdios” que se apresentam em forma de barreiras intransponíveis se olharmos com os olhos que apontam para as soluções tradicionais. É aqui que entra a gestão disruptiva, capaz de transformar e revolucionar setores inteiros, a partir de uma visão integrada e coerente do futuro que desejamos.

Com um pé fortemente fincado na educação, sempre acreditei que as empresas se tornarão cada vez melhores na medida em que colocarem em suas metas e objetivos a formação, o aprendizado, a educação continuada, enfim, a melhoria constante.

As organizações que aprendem são aquelas que estão sempre em evolução, adaptando-se rapidamente às mudanças e aprendendo com cada experiência. Elas não apenas sobrevivem, mas prosperam em ambientes dinâmicos, utilizando o conhecimento coletivo para inovar e se adaptar. A capacidade de aprender e se reinventar é essencial para manter a relevância e a competitividade no mercado.

A observação e a avaliação devem ser uma prática constante, não somente dos concorrentes, mas principalmente dos movimentos da sociedade e dos anseios dos clientes. Mas para que isso aconteça, é imprescindível que haja forte incentivo para a prática do diálogo aberto e da reflexão constante, uma vez que eles podem ser iniciadores de ondas de crescimento que levam a um processo evolutivo com resultados inequívocos.

O simples fato de criarmos espaços para o diálogo e a reflexão faz com que aquilo que qualificamos como expertise seja exposto e assim encontre espaço para ser verbalizando, criando um ambiente propício para a inovação, onde “pensar fora da casinha” passa a ser, não somente aceitável, mas desejável. Para quem não leu, recomendo fortemente a leitura de “A quinta disciplina, de Peter Senge”, que apresenta às organizações a importância da reestruturação interna, com conceitos e modelos mentais que podem mudar a visão da gerência e de seus colaboradores e isto é possível, segundo ele, “porque no fundo todos somos aprendizes”.

Empresas com tal perfil são irrequietas por natureza, desafiam o “status quo” tornando-se disruptivas, introduzindo inovações que mudam completamente a maneira como os mercados operam. A Uber, por exemplo, transformou o setor de transporte, oferecendo uma alternativa aos táxis tradicionais e criando um novo modelo de negócios baseado na economia compartilhada. A Airbnb fez o mesmo com a indústria de hospedagem, permitindo que pessoas comuns oferecessem suas casas como alternativas aos hotéis tradicionais.

Isto somente foi possível por que tais organizações fugiram do pensamento e das práticas convencionais, quebrando as regras preestabelecidas e se posicionando como disruptivas. Praticam a administração adotando uma abordagem que considera todos os aspectos do marketing e dos demais departamentos como interconectados e interdependentes. Essa estratégia promove uma visão integrada que abrange desde o desenvolvimento de produtos até a comunicação e a experiência do cliente. Essa visão holística é crucial para prever tendências futuras e adaptar-se a mudanças de mercado de forma eficaz.

A ação de Alexandre ao cortar o nó górdio representa a essência da gestão disruptiva. Diz a lenda que antevendo que sua reputação poderia estar em jogo caso não alcançasse sucesso ao desatar o nó, quando então estaria automaticamente se comparando a inúmeras pessoas vencidas ao longo de meio milênio. Sem se apegar a regras ou roteiros predefinidos, em vez de tentar desatá-lo do modo convencional, analisou bem a corda e optou pela solução menos previsível.

Fora do previsivelmente convencional, fez uso da sua astúcia sagaz e da capacidade de romper com métodos tradicionais para encontrar soluções inovadoras para problemas complexos. Da mesma forma, as organizações contemporâneas devem estar preparadas para desafiar as normas estabelecidas e adotar abordagens inovadoras para superar obstáculos e alcançar o sucesso.

Em um mundo onde a mudança é a única constante, as organizações que aprendem, assim como as disruptivas, lideram o caminho para o futuro. Ao adotar uma mentalidade de inovação e uma abordagem holística no marketing, as empresas podem desatar seus próprios “nós górdios”, encontrando soluções simples e eficazes para os desafios mais intrincados.

Será que não chegou a hora de cortar os nós e transformar o impossível em realidade?

Reinaldo Martinazzo

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